quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

E vc de que tem fome?

Hj vc reclama que não tem dinheiro para ir ao cinema





que suas pernas doem de ficar em pé esperando o ônibus que vem lotado para ir ao trabalho ...





Que vc precisa de um colchão que seja mais macio, daqueles caros, para que vc possa dormir melhor.



que vc não tem forças para levantar cedo, pq foi dormir tarde d+ pq estava no computador ou enfrente a TV. Experimente não ter forças pra levantar, pq não tem o que comer...




que vc poderia ter filhos melhores, pois eles te dão mt dor de cabeça....



 


seu leite tem que ser o Parmalat??? Pq é um dos melhores??? Repense ...




reclame de ter que levar seus filhos nos ombros, para que eles tenham condições para realizarem seus sonhos.






        Reclame mais da vida que tem, enquanto outros queriam ter a metadade do que vc não gosta de ter.
 

                                                              
 
E ainda reclamamos de nossos problemas. Permitamos que hj apareçam soluções para nossas necessidades, até aquelas que nós nunca poderíamos antecipar. Saibamos, que NÃO podemos fzr tudo sozinhos e que td que acontece em nossa vida, vem para o nosso crescimento, desde que vejamos os fatos como uma oportunidade de crescer e não como obstáculos.


Estas crianças sim, tem problemas e mts obstáculos e muitas não sobreviveram para resolver, mas msm assim, lutam diariamente pela sobrevivência.
 
 
 
                                                                                                                    Por Phanie

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Poemas de Manoel Bandeira



ARTE DE AMAR



Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.

A alma é que estraga o amor.

Só em Deus ela pode encontrar satisfação.

Não noutra alma.

Só em Deus - ou fora do mundo.



As almas são incomunicáveis.



Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.



Porque os corpos se entendem, mas as almas não.



Manuel Bandeira


.......


Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo


Quero apenas contar-te a minha ternura

Ah se em troca de tanta felicidade que me dás

Eu te pudesse repor

-Eu soubesse repor_

No coração despedaçado

As mais puras alegrias de tua infância!



Manuel Bandeira

 
.....


Meu Quintana, os teus cantares


Não são, Quintana, cantares:

São, Quintana, quintanares.



Quinta-essência de cantares...

Insólitos, singulares...

Cantares? Não! Quintanares!



Quer livres, quer regulares,

Abrem sempre os teus cantares

Como flor de quintanares.



São cantigas sem esgares.

Onde as lágrimas são mares

De amor, os teus quintanares.



São feitos esses cantares

De um tudo-nada: ao falares,

Luzem estrelas luares.



São para dizer em bares

Como em mansões seculares

Quintana, os teus quintanares.



Sim, em bares, onde os pares

Se beijam sem que repares

Que são casais exemplares.



E quer no pudor dos lares.

Quer no horror dos lupanares.

Cheiram sempre os teus cantares



Ao ar dos melhores ares,

Pois são simples, invulgares.

Quintana, os teus quintanares.



Por isso peço não pares,

Quintana, nos teus cantares...

Perdão! digo quintanares.



Manuel Bandeira

 
.......


Morte Absoluta


Morrer.

Morrer de corpo e de alma.

Completamente.





Morrer sem deixar o triste despojo da carne,

A exangue máscara de cera,

Cercada de flores,

Que apodrecerão - felizes! - num dia,

Banhada de lágrimas

Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.





Morrer sem deixar porventura uma alma errante...

A caminho do céu?

Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?





Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,

A lembrança de uma sombra

Em nenhum coração, em nenhum pensamento,

Em nenhuma epiderme.





Morrer tão completamente

Que um dia ao lerem o teu nome num papel

Perguntem: "Quem foi?..."





Morrer mais completamente ainda,

- Sem deixar sequer esse nome.



Manuel Bandeira